Manhãs em roxo
Jacarandás em flor A primavera
Asa iluminada No silêncio da manhã, A borboleta pousa
Um vento suave Na seara ondulante, Amarelo é o mar
Os olhos choram Dias longos Regressa a alergia
A luz aquece A flor desabrocha Renovação
A terra acorda Em manhãs de silêncio Vidas suspensas
Azul celeste Os pássaros voam A papoila treme
Francisco Feio
Chegou, sentou-se, prometeu Afinal, não mudou nada.
Os pássaros pipilam de madrugada. Atchim, atchim.
A hora muda, mas continuam a ser 60 minutos.
Arranco um, dois, três, quatro, cinco. Lá foi o morangueiro.
Bato as asas e descubro que não sou uma borboleta. Encontro o chão!
O ar renova-se, Paga-se o imposto. Também é a Primavera!
Tiago Pina
Nas cores da manhã Há promessa de esplanada Uma bebida gelada Andorinhas que voam Borboletas que poisam A Vida rebenta Desabrocham as flores A alma respira Um corpo que espirra Raio de Sol na janela Brisa da manhã suspira No chilrear da andorinha Florescem os ramos No grande jacarandá Reino de abelhas Fruta sumarenta Sementes no chão Prenúncio de renovação Tradição vespertina Sol brilha rosado Calor que não existe A flor estremece A abelha namora Com pétalas lilases
Francisco Semedo
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A andorinha morreu com o vírus E ao contrário da canção, Nesse ano a primavera não veio
A minha prima Vera Nasceu entre flores Num dia de grande silêncio
Chilreiam pássaros no jardim Como jovens enamorados Em searas de papoilas
Muda a hora, é primavera É Páscoa, é renovação São ovos, morangos e cerejas lá para o verão
Trigais em flor Verdes searas, brisa azul Espirro do oceano
Aquele jacarandá florido É um pássaro cor-de-rosa Uma borboleta lilás
Helena Campos
Flores de primavera Chuva de cores Chegou uma nova vida
Luz nova Ilumina O silêncio da manhã
No ar a brisa Canta mudança E renovação
Borboletas no céu Voam cores Na luz de primavera
Papoilas vermelhas Dançam ao ritmo Da brisa
Dias grandes Muda a hora Luz nova
Giuseppa Giangrande
Ouço os pássaros Nas manhãs de silêncio. Início da primavera.
Hoje chove Sente-se a terra molhada. O verde floresce.
Atravessa-se a avenida Em filtro lilás. Jacarandás em flor.
Devoram-se cerejas Sujam-se trajes. Tardes de Maio.
Esvoaçam papoilas com a brisa morna. Vermelho em flor.
Os voos das andorinhas Pintam o céu. Renasce um amor.
Borboletas brancas No verde florido. O encanto do mundo.
Mariana Matias
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O ovo quebra
O pássaro chilreia
A larva morre
Comer morangos Saborear cerejas Enamorar-me
As cores brotam A vida acontece Vêm os espirros
Cláudio Martinho
Os dedos entrelaçados No namoro jovem Os velhos também amam
Pisar o verde da relva Sem molestar os insectos Que os pardais vão devorar
A papoila espreita Na jovem seara verde Que a brisa ondula
A flor é sedutora sente o seu perfume O espirro será doloroso
A ribeira encheu Os cabritinhos correm Já são apetecíveis
Páscoa florida Verde e rosa As aves também celebram
Abrir a janela à luz No silêncio da manhã Passeio sob as árvores floridas
Conceição Brito
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